11 de maio de 2006

Anedota - Um advogado Lisboeta no Alentejo

Um advogado todo benzoca, de Cascais, vai caçar patos para o Alentejo.
Dá um tiro, acerta num pato, mas o bicho cai dentro da propriedade de um lavrador.
Enquanto o advogado saltava a vedação, o lavrador chega no tractor e pergunta-lhe o que estava ele a fazer.
O advogado respondeu:
-"Acabei de matar um pato, mas ele caiu na sua terra, e agora vou buscá-lo."
O velhote responde:
-"Esta propriedade é privada, por isso não pode entrar."
O advogado, indignado:
-"Eu sou um dos melhores advogados de Portugal!
Se não me deixa ir buscar o pato eu processo-o e fico-lhe com tudo o que tem!"
O lavrador sorriu e disse:
-"O senhor não sabe como é que funcionam as coisas no Alentejo!
Nós aqui temos o Código Napoleónico!
Nós resolvemos estas pequenas zangas com a Regra Alentejana dos Três Pontapés.
Primeiro eu dou-lhe três pontapés; depois você dá-me dois pontapés; e assim consecutivamente até um de nós desistir!"
O advogado já se estava a sentir violento há um bocado, olhou para o velho e pensou que era fácil dar-lhe
uma carga de porrada.
Por isso, aceitou resolver as coisas segundo o costume local.
O velho, muito lentamente, saiu do tractor e caminhou até perto do advogado. O primeiro pontapé, dado com uma galocha bem pesada, acertou directamente nas bolas do advogado,
que caiu de joelhos e vomitou.
O segundo pontapé quase arrancou o nariz do advogado.
Quando o advogado caiu de cara, com as dores, o lavrador apontou o terceiro pontapé aos rins, o que fez com
que o outro quase desistisse.
Contudo, o coração negro e vingativo do Advogado falou mais forte.
Ele não desistiu, levantou-se, todo ensanguentado, e disse:
-"Bora, velhote! Agora é a minha vez!"
O lavrador sorriu e disse:
-"Nah! Eu desisto! Leve lá o pato!"

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